O ópio do coração no dia de hoje.

Não é que eu odeie o Dia dos Namorados. Na verdade, eu até gosto. O problema, é passar essa data sem namorada.
Sim, eu faço parte daquela legião de gente bonita, inteligente e bem resolvida, que por algum motivo cabalísticamente estranho, não encontrou ( pelo menos ainda não) a sua alma gêmea.
Na verdade, alguns de nós até encontraram a tal metade da laranja. Só não sabiamos disso na hora do encontro.
Talvez o encontro tenha sido casual. Pode ter sido uma troca de olhares em um ônibus lotado. Mas pode também, ter sido aquela namoradinha do colégio, da qual nem o nome lembramos.
Fato é, que datas como o Dia dos Namorados aumentam essa sensação de solidão. A mesma que o Pequeno Príncipe sentia, quando de seus dias em B612.
Não é a solidão que sentimos na falta de companhia. Trata-se daquela que sentimos, quando a companhia nos sobra. Aquele sentimento de vazio na mutidão. Aquela vontade de ver um rosto. Não um rosto qualquer. Mas o rosto.
Falo daquele rosto que faz o coração bater mais forte. Aquele que mexe com os estômago.
E sem esse rosto meus caros, o Dia dos Namorados é a pior data do calendário.
É como a páscoa sem chocolate. O natal sem árvore de presentes.
É como beijo sem paixão. Paixão. Dizem que é por isso que o coração bate mais forte. Paixão.
Paixão é o ópio do coração.
Por isso, aproveitem esse ópio. Faz bem pro sorriso. Alimentem o sorriso, faz bem pro ópio.