quarta-feira, maio 13, 2009

A 121 anos atrás...

...Izabelita, a filha do Imperador Pedro II, libertou os negros da escravidão no Brasil, seguindo o exemplo de outros países, como EUA, Inglaterra e França.
Izabel libertou os escravos, e acelerou a queda da monarquia no Brasil. A mão de obra escrava sustentava a produção industrial e agrícola deste país. Um ano e meio depois, D. Pedro II se exilaria na França, onde morreria saudoso de sua pátria amada Brasil.
Algum tempo depois desse 13 de maio de 1888, milhares de imigrantes vindos de todas as partes do mundo, principalmente Itália, Alemanha e Japão, vieram substituir os negros, que de escravos passaram a párias da sociedade. Nascia aí, a figura do negro como marginal, pária social, bandido.
A minha família só viria ao Brasil 37 anos depois, na metade dos anos 20. Quando chegaram aqui, estranharam esse país enorme, de pele parda e olhos ora claros, ora escuros, mas que insistia veementemente em negar suas raízes africanas. Apesar disso, o maior ídolo futebolístico da época era negro.
Seu time, o Fluminense Football Clube, proibia o acesso de "homens de cor" ao seu salão nobre. Nascia aí o termo "time pó de arroz".
Foi mais ou menos nessa época, quando meus avós chegaram, que o Brasil teve seu primeiro negro na presidência: Nilo Peçanha.
Bem antes da obamania, nós tínhamos um negro na presidência. Na verdade, como gostam de frisar, um mulato.
Apesar disso tudo, Machado de Assis, nosso maior ícone literário, não conseguiu ser enterrado ao lado da mulher amada: a família dela considerava ultrajante, um mulato enterrado com sua filha. Se não separaram em vida, separaram em morte.
No Brasil não temos mais racismo. Temos preconceito social.
Distinção de cor é coisa de um passado distante, quase rural. Hoje preconceituamos as contas bancárias.
Ser negro é até bacana. Desde, é claro, que o negro também seja rico. Coisas da modernidade...

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