sexta-feira, dezembro 20, 2013

Em nome do pai.

A lembrança mais antiga que eu tenho dele, era uma tentativa de me ensinar a amarrar os sapatos. Eu deveria ter uns quatro anos.
Não me lembro de ter aprendido algo mais importante, do que "tentar de novo, e de novo, e de novo".
Desistir nunca fez parte da personalidade dele.
Teve cinco filhos biológicos. Criou como seus outros dois.
O sentimento que fica é estranho. Não é de perda ou de raiva. É um vazio incômodo.
Entendo que nos planos de Deus esta foi a melhor opção pra ele. Preciso acreditar nisso.
Mesmo assim, mesmo sabendo que toda dor se esvai pelo túmulo, é difícil entender o que restou.
Restou um sentimento. Um desejo de que ele tenha melhor sorte na próxima vida, e que o Todo Poderoso o acolha em seus braços. Restou aquele aperto no coração, sentimento de quem perde algo que nunca será reposto.
Sobrou o sorriso e a lembrança de conversas na mesa, comendo panetone com Coca-Cola.
Sobraram os planos pro futuro.
Sobrou a lembrança, sobrou o carinho.
Sobrou o amor, a saudade e a certeza de que esteja onde estiver, você foi um herói.
Sobrou um vazio...incômodo vazio.

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