terça-feira, outubro 29, 2013

A mãe, o amor e a minha deficiência.


Ontem atendí uma moça, com seus vinte e poucos anos. No colo, a filha deficiente mental. No coração, aquele amor de mãe, único, exclusivo de mãe.
Ela foi abrir uma conta poupança. A filha foi beneficiada com uma ajuda da prefeitura, pra iniciar um tratamento no Hospital Sara Kubitschek.
Na prefeitura aconselharam a abrir uma conta na Caixa Econômica Federal, por que seria o único banco que não distingue ricos de pobres. Palavras dela.
Sentí orgulho. Sempre me emociono quando relembro aos colegas de profissão, a tendência social da Caixa.
Enquanto abria a conta da menina, a mãe cantava canções de ninar, das mesmas que eu canto pra minha filha. Ela se sentia realizada. Seria a primeira vez que a filha teria um acompanhamento médico de alto nível, típico da Rede Sara. Elas viajariam de ônibus a Fortaleza/CE. Quase doze horas de viagem...
A alegria daquela mãe, com a filha deficiente no colo, me tocou. Me sentí na obrigação moral de garantir que tudo, tudo mesmo, daria certo...sentí orgulho do meu trabalho.
Naquela noite, quando botei minha filha na cama, eu cantei a mesma música que aquela pobre mãe cantava pra sua filha. Sentí orgulho disso também...
 
Ao final, é bem provável que o deficiente seja eu...

Queria poder ser desses homens muito ricos.
Ás vezes penso que existe muito dinheiro, em mãos erradas.

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