segunda-feira, janeiro 31, 2011

A velhinha, as filhas, e a poupança.

A velhinha, acompanhada da filha idosa, procura o Atendimento Expresso da Caixa Econômica do Zimbábue. Querem saber sobre uma caderneta de poupança, que a pobre velhinha vinha guardando ao longo da longa vida.
Levo alguns segundos analisando a conta.
A conta foi rapada no mês passado, um pouco antes do natal.
Informo a situação da conta. A velinha me devolve um semblante triste, desses que a gente solta quando se decepciona feio com alguém.
A filha olha pra mãe, indignada, e diz:
- Tá vendo, ela pegou tudo! - Exclama a filha revoltada.
- Não fale assim. Ela é sua irmã! - interrompe a velhinha, usando um tom sereno e amoroso.
Houve um silêncio, desses constrangedores, e elas se despediram e foram embora.
Fiquei no meu canto, olhando as duas irem embora, em silêncio, impressionado com a forma como a velhinha defendeu a filha ladra. Típico das mães de antigamente. A outra filha, ladra que é, me lembra os filhos de hoje em dia, da laia da Von Richthofen. É uma pena termos chegado a esse ponto. Uma pena mesmo.

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