E chegou o natal...

Pois é...o natal chegou!
Todo ano a mesma coisa: chega dezembro, vem o vestibular da UFRN, o Carnatal, as promoções de fim de ano e por fim o desejado dia 24 de dezembro.
Chamei meu pai pra missa de Natal. Não havia uma em especial, podia ser qualquer uma. Como resposta, ele me lembrou que não somos católicos. Também não somos evangélicos. Nem budistas. Não temos religião. No máximo, eu flerto com o judaísmo...ainda não sei porque comemoramos o natal...
Mas voltando ao natal, nessa época do ano as pessoas se tornam mais emotivas, mais amigas, mais solícitas. Deveria ser assim o ano todo. Mas não é.
Enquanto faço este post, ao som de Roy Orbison e degustando Coca-Cola com chocolate crocante, centenas de pessoas passam frio e fome nas ruas da cidade. Muito pior: elas são ignoradas. Elas não existem. Na verdade, não queremos que elas existam. Isso me incomoda. Muito.
Não consigo comemorar o nascimento de quem pregou a paz, a igualdade e a fraternidade, enquanto o mundo gira sua roda sagaz e implacável.
Talvez por isso fico deprimido no natal. Na verdade, me deprime ouvir discursos de paz na terra aos homens de boa vontade e cruzar com aqueles olhares maltrapilhos nos sinais de trânsito. Me deprime não poder levá-los pra casa. Me deprime saber, ter a certeza mesmo, que á noite enquanto me empanturro de comida, eles passam fome.
Mas tudo passa quando me dou conta de todo o suor desprendido por meu pai, para que seus filhos vivam razoavelmente bem.
Talvez este seja o espírito de natal: doar-se pelo bem de outra pessoa. Talvez este seja o espírito da coisa.
Neste natal, enquanto você se empanturra ( graças a Deus!) pense naqueles que não estão ao seu lado. Pense em como você, digo, nós faremos para trazê-los pra nossa mesa.
Pense no que faremos em 2007 para que este seja um lugar melhor. Pense em como dividiremos, sim dividiremos! Como dividiremos toda a fortuna do mundo.
Pense em como colocaremos comida na mesa daquelas famílias dos sinais.
Pense nisso. Porque eu pensarei.