terça-feira, novembro 07, 2006

Conselho para um jovem á busca de uma amante...

"25 de junho, 1745
Meu querido amigo,
Não conheço remédio para diminuir as violentas inclinações naturais que você menciona; se conhecesse, não creio que devesse comunicá-lo. Casamento é a cura adequada. É o Estado mais natural do Homem e, portanto, o Estado no qual você mais provavelmente encontrará Felicidade. Seus Motivos para não enfrentar um casamento no presente não me parecem bem fundamentados. As Vantagens circunstanciais que Vê em adiar são não apenas incertas como também pequenas em comparação com a Coisa em si, o estar casado e arranjado. São o Homem e a Mulher unidos que formam o Ser humano completo. Separados, ela deseja a Força do Corpo e o Poder da Razão dele; ele deseja a Suavidade, a Sensibilidade e o Discernimento aguçado dela. Juntos têm mais chances de vencer no Mundo. Um Homem solteiro não tem nem perto do valor que teria no Estado de União. É um Animal incompleto. Lembra uma única lâmina de Tesoura. Se encontrar uma Mulher prudente e saudável, sua Criatividade em sua Profissão, com a boa Economia dela, trarão Fortuna suficiente.
Mas se você preferir ignorar este Conselho e persistir com a idéia de que o Comércio com o Sexo é inevitável, então repito minha Sugestão anterior, a de que em todos seus Amours prefira sempre Mulheres velhas a novas. Você chama isto de Paradoxo e cobra minhas Razões. Cá estão:
1. Porque como elas têm mais Conhecimento do Mundo e por suas Mentes terem mais Observações abrigadas, suas Conversas nos melhoram mais e permanecem por mais tempo agradáveis.
2. Porque quando as Mulheres deixam de ser belas, elas estudam para serem boas. Para manter sua Influência sobre Homens, fazem com que a Diminuição da Beleza seja compensada pelo Aumento da Utilidade. Aprendem 1000 Serviços pequenos e grandes e são as mais companheiras de todas as Amigas quando você está doente. Assim, permanecem agradáveis. Portanto não há tal coisa como uma Mulher velha que não seja uma Mulher boa.
3. Porque não há o perigo de Filhos, que produzidos irregularmente podem transformar-se em Inconveniências.
4. Por mais Experientes são prudentes e discretas na condução da Intriga para prevenir Suspeita. O Comércio com elas é mais seguro para sua Reputação. Quanto à delas, se o Caso acontecer de terminar conhecido, Pessoas razoáveis tendem a perdoar a Mulher velha que com cortesia cuidou de um Homem jovem, que transformou seus Modos com seus bons Conselhos e impediu que arruinasse sua Saúde e Fortuna com Prostitutas mercenárias.
5. Porque em todo Animal que anda em pé, a Deficiência dos Fluidos que preenchem os Músculos vêm primeiro na Parte mais alta: a Face é a primeira que fica frouxa e enrugada; então o Pescoço; daí Seios e Braços; as Partes debaixo continuam esticadas como sempre foram. Portanto, cubra com uma cesta o que há acima e considerando apenas o que vai abaixo do espartilho, é impossível dentre duas Mulheres perceber qual a velha e qual a jovem. E como à noite todos os Gatos são pardos, o Prazer do Toque corporal com uma Mulher velha é pelo menos igual, senão freqüentemente superior: cada Detalhe pela Prática sendo capaz se ser Melhorado.
6. Porque o Pecado é menor. O rompimento de uma Virgem pode ser sua Ruína e fazer de sua Vida infeliz.
7. Porque o Remorso é menor. Fazer de uma jovem Mulher miserável pode acarretar em Reflexões amargas no futuro; nada disto acontecerá ao fazer de uma Mulher velha feliz.
Oitavo e Final Elas ficam tão gratas!!
E assim encerra-se meu Paradoxo. Ainda assim, aconselho que case logo; Sinceramente assino Seu cordial Amigo."
Benjamin Franklin é quem assina. By Papo de Homem.

Um comentário:

Mascis disse...

"A mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem ilusões muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido(...). Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de sê-lo, nada pode satisfazer". Honoré de Balzac

 
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